Concha ou Vieira
Constitui por excelência um dos símbolos do Caminho de Santiago.
Existe uma grande variedade de opiniões sobre a origem da integração da concha como símbolo das
peregrinações a Santiago.
A concha passou a chamar-se Concha de Santiago porque quando os peregrinos chegavam a Santiago de
Compostela recebiam um pergaminho e colocava-se sobre o chapéu ou sobre a capa uma concha que, entre
outras coisas, demonstrava a sua presença em Santiago de Compostela. Servia também como amuleto de
justificação no regresso dos peregrinos à sua terra de origem provando assim a realização de um mérito
pessoal.
Tempos houve em que a comercialização das conhas fora da cidade de Santiago de Compostela foi proibida
sob ameaça de excomunhão por parte da Igreja Católica.
Nos dias de hoje é comum ver-se peregrinos com este elemento simbólico nas suas mochilas ou nas bagagens
das bicicletas embora, por desconhecimento, a vieira deveria ser adquirida uma vez chegando a Santiago
de Compostela e dando por concluído o seu Caminho.
Bordão, Bastão, Vara ou Cajado
O bastão com que se fazia acompanhar o peregrino era uma vara em madeira resistente, quase sempre,
superior à altura do ombro de quem a usava. Servia para enfrentar as dificuldades e os perigos do
caminho (atravessar riachos, caminhos com lama, apoio para saltar obstáculos; servia também como arma de
defesa contra os ladrões e contra os animais – lobos, cães, ursos, etc). Além do carácter utilitário
tinha também uma função simbólica. O bordão é referido no Codex Calixtinus (século XII) onde se refere a
bênção que se fazia no início da peregrinação e é entendido como o terceiro pé do peregrino, símbolo da
fé na Santíssima Trindade. Atualmente nem todos os peregrinos o usam tendo uma função mais simbólica do
que utilitária.
Cabaça
A cabaça era usada para transporte de água ou vinho como sempre foi utilizada na época medieval. Era um
equipamento básico para as peregrinações. Esta é a razão pela qual se tornou um dos símbolos do Caminho
de Santiag.
Chapéu
Chapéu com aba dobrada em meia lua.
Nos tempos medievais o uso do chapéu fazia parte da indumentária das vestes do peregrino.
Há múltiplos exemplos através de diferentes representações artísticas de Santiago Peregrino representado
com um chapéu na cabeça e com um viera fixada na aba do mesmo chapéu.
Escarcela ou Bolça
Hoje substituída por bolsas de cinta, assumia as mesmas funções. Era uma pequena bolsa de couro que se
prendia à cintura, servindo para o transporte de algumas moedas para pagamento das despesas da
deslocação.
Botafumeiro
O botafumeiro é a palavra galega para referir o grande incensário da catedral. Este é o maior e o mais
conhecido do mundo. O majestoso ritual do botafumeiro que voa pelas alturas da nave do cruzeiro da
Catedral é mais do que um singular espetáculo. É um momento emocionante porque está associado à meta mas
é também um símbolo religioso porque com o perfumado incenso que sobe ao céu sobem os pedidos e as ações
de graças dos peregrinos até Deus.
O botafumeiro pesa 53 kg e tem um 1,5m de altura. Eleva-se a 20 metros de altura e pode atingir 70km/h
sendo o seu movimento accionado pela força de 8 homens.
Seta Amarela
Símbolo muito popular entre os actuais peregrinos como um elemento orientador do percurso a seguir.
Elías Valiña, padre em Cebreiro (Espanha), foi o pioneiro na aplicação de uma sinalização por meio de
setas amarelas como apoio aos peregrinos que se perdiam nesta localidade.
Nos dias de hoje a utilização da seta amarela está presente em quase todos os caminhos rumo a Santiago
de Compostela. Por esta razão, este símbolo tornou-se universal junto dos peregrinos de Santiago
Cruz de Santiago
A cruz de Santiago é uma cruz latina simulando um lírio em forma de espada.
Acredita-se que tenha tido origem no tempo das cruzadas, quando os seus cavaleiros usavam pequenas
cruzes com a parte inferior afiada para pregá-las no chão e realizar devoções diárias.
Os três lírios representam a honra irrepreensível que refere-se a traços de carácter moral do apóstolo
Tiago.
A espada representa o carácter nobre de São Tiago e o modo como foi martirizado, decapitado por uma
espada. Também pode simbolizar, em certo sentido, tomar a espada em nome de Cristo.
Em particular é o emblema do séc. XII da Ordem de Santiago, com o nome em referência ao santo padroeiro
da Espanha, Santiago.
Vieira Estilizada
Símbolo universal como identificação do Caminho de Santiago.
Sendo um elemento de identificação, representa esquematicamente a convergência dos vários caminhos
europeus para a cidade de Santiago de Compostela.
Em algumas situações, a viera estilizada, para além de elemento identificador, pode assumir-se como
elemento orientador do percurso para o peregrino. Neste último caso, a aplicação deste símbolo poderá
ser posicionada mediante a direcção a seguir.
Abraço ao Apóstolo
O chamado abraço ao Apóstolo é dos mais emocionantes e antigos ritos jacobeus. Este ritual cumpre-se
desde o fim das obras da catedral em 1211 (século XIII). A estátua românica que recebe este ritual está
sobre a cripta que contém a urna com as relíquias do Apóstolo no Altar-mor da Catedral. Esta escultura é
da oficina do Mestre Mateo; a sua localização na catedral permite ao peregrino, no momento do abraço,
ter uma visão elevada quase mágica da catedral. Este ritual de cariz popular permite a proximidade
física com o Apóstolo depois do esforço da peregrinação. Para os peregrinos com motivação religiosa este
abraço simboliza também o acolhimento amável do Apóstolo na sua casa.
Santo dos Croques
É uma figura em pedra que se encontra posicionada de joelhos dentro do Pórtico da Glória, contruido no
ano 1668 pelo Mestre Mateo.
Esta imagem tornou-se objecto de uma tradição semi-religiosa entre os visitantes da catedral de Santiago
de Compostela.
Acredita-se que a origem desta tradição surgiu com os estudantes da Universidade de Santiago. Os
estudantes universitários batiam 3 vezes com a cabeça na cabeça do “Santo dos Croques” pois eles
acreditavam ser fonte de conhecimento, inteligência, sabedoria e dar sorte para os exames.
Esta tradição estudantil tornou-se tradição entre a população, visitantes e peregrinos.
Muitos pensaram que a figura era a de um santo, alguns podem até ter acreditado que era Santiago, mas,
apesar de seu nome, o “Santo dos Croques” não é um santo mas uma auto-escultura do Mestre Mateo, o
próprio mestre escultor.
Passado quatro séculos de fricção na cabeça, esta tradição chegou ao fim no ano de 2009.
Coincidindo com a reforma e restauração de obras de todo o Pórtico da Glória, as autoridades da catedral
decidiram proibir esta prática a fim de proteger o santo favorito dos estudantes.
Porta Santa
A Porta Santa da catedral de Santiago é uma porta que se abre apenas durante o ano Jacobeu, ano este
celebrado cada vez que o dia de Santiago (25 de Julho) calha num Domingo.
Passar por esta porta, confessar-se e comungar leva os fiéis a obter indulgências.