Apresentação:
A Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo, AACS-Viana, é uma associação jacobeia portuguesa. A associação nasceu na cidade de Viana do Castelo no Ano Jacobeu de 2004 pelo entusiasmo e pelo sonho de um grupo de peregrinos que pretendia oferecer a mais pessoas a experiência de “Ser peregrino” bem como trabalhar na divulgação e promoção do Caminho Português de Santiago. A AACS-Viana iniciou na prática a revitalização do Caminho Português da Costa. No ano 2012 inaugura o Albergue de Peregrinos de Caminha e passa a ser a entidade gestora deste espaço.A AACS-Viana define-se como uma Associação Jacobeia de Peregrinos e para Peregrinos.
Identificação:
A AACS-VIANA foi fundada a 01 de Dezembro de 2004, está inscrita no Registo Nacional de Pessoas Colectivas e tem os seus estatutos publicados em Diário da República Portuguesa no nº168 III Série Quinta-feira, 01 de Setembro de 2005. É uma associação sem fins lucrativos, de carácter civil, autónoma, independente e mantem-se com o esforço dos seus associados. A associação tem personalidade jurídica própria e tem plena capacidade de trabalhar para o cumprimento dos seus objectivos no âmbito do Caminho Português de Santiago em território português. Tem como emblema gráfico de identificação a silhueta de São Tiago Maior, elemento escultórico do portal da igreja matriz de Viana do Castelo, e a seta amarela símbolo actual dos caminhos de Santiago.
Domicílio/Sede
Objetivos
- Oferecer hospitalidade, apoio e assistência aos peregrinos através da criação de uma rede de albergues no Caminho de Santiago;
- Divulgar e promover a peregrinação pelo Caminho de Santiago;
- Promover o estudo e a investigação sobre o Caminho de Santiago;
- Promover a conservação, a limpeza e a sinalização dos itinerários de peregrinação;
- Organizar encontros, colóquios, conferências e seminários;
- Editar jornais, revistas ou outros documentos de interesse relevante;
- Proporcionar aos associados o acesso a documentação e bibliografia sobre o Caminho de Santiago;
- Promover o intercâmbio e a cooperação com associações e organismos, nacionais e estrangeiros, que prossigam os mesmos objetivos;
História
No ano Santo Jacobeu de 2004, o Caminho Português de Santiago em território nacional, e em concreto o Caminho Central, encontrava-se em fase de consolidação. Se em território espanhol o Caminho Português já se encontrava devidamente sinalizado e estruturado com uma boa rede de albergues desde o ano de 1992, o mesmo não acontecia em Portugal onde não havia alojamentos para os peregrinos e a sinalização estava toda ela a norte da cidade do Porto. Uma das grandes impulsionadoras para a revitalização do Caminho Português foi dada pelas associações jacobeias galegas que com a sua experiência e astúcia trabalharam para a sinalização e para a divulgação deste Caminho desde Lisboa. Também em território nacional, ressalva-se o contributo e o trabalho desenvolvido pelas associações jacobeias portuguesas sediadas no Porto, Ponte de Lima e Valença.Nesse mesmo ano de 2004, em Viana do Castelo, um grupo de peregrinos experientes nas peregrinações anuais a Santiago de Compostela, decidem organizarem-se como associação podendo assim contribuir para o crescimento do Caminho Português em geral mas também para o desenvolver de um Caminho a Norte litoral, que embora documentado e bibliografado, urgia a sua identificação, sinalização e divulgação como itinerário de peregrinação.
Em 2005, as associações jacobeias portuguesas e os novos albergues que começavam a emergir, reúnem-se em sucessivos ENAJ’s (Encontros Nacionais de Associações Jacobeias), com o intuito de se criar diálogo sobre o Caminho Português de Santiago, definindo estratégias de intervenção e de cooperação. A revitalização e divulgação de novos itinerários de peregrinação foram, entre outros, assuntos apreciados e discutidos. A 8 de Outubro de 2005, a AACS-Viana, inicia no espaço físico a revitalização do Caminho Português da Costa com as sucessivas sinalizações pela introdução da seta amarela.
De acordo com os historiadores, a Igreja Paroquial de Castelo do Neiva contém o orago e a evocação mais antiga que se conhece em território português dedicada ao Apóstolo Santiago (Ano de 862). Por tal motivo achou-se pertinente que este local fosse a fronteira das duas fases de intervenção. Definiu-se o segmento Castelo de Neiva – Valença, como sendo a primeira fase de análise e de intervenção, segmento este abrangido por quatro concelhos, no distrito de Viana do Castelo e prefazendo a totalidade 80km de percurso. Seguiram-se os estudos, as audições a investigadores de história local, da toponímia e da recolha de documentação. No terreno, com os mapas na mão fez-se o reconhecimento do património e definiu-se o percurso. Realizado o estudo, tomadas as opções, inicia-se progressivamente a sinalização do Caminho Português da Costa, reforçada por remarcações, sob um programa dirigido aos sócios e amigos da associação entitulado: “Vem pintar a tua seta”, num constante diálogo com as juntas de freguesia locais, paróquias, colectividades e população. As sinalizações e remarcações passam a suscitar curiosidade pelas setas amarelas. Assim se inicia um longo processo de divulgação do Caminho de Santiago.
A 18 de Fevereiro de 2006, a AACS-Viana organiza o III ENAJ no Forte S. Tiago da Barra, em Viana do Castelo, com a maior participação de sempre destas entidades em torno do Caminho Português de Santiago.
Em 2008 terminada a primeira fase de sinalização do Caminho Português da Costa, havia a necessidade de continuar a mesma estratégia apostando agora na segunda fase para o segmento compreendido entre Porto e Castelo do Neiva.
Já em 2009 e graças ao contributo do Albergue de Peregrinos de S. Pedro de Rates (Póvoa de Varzim), reune-se nesse local um “conselho científico” de estudiosos do Caminho Português. Nele se discute os itinerários medievais de peregrinação, sobretudo a norte do Rio Douro com especial foco para o recém intervencionado Caminho Português da Costa.
No ano 2010 com o aparecimento da congenere associação jacobeia Via Veteris (Esposende), a intervenção territorial da AACS-Viana é reduzida. Na verdade, em boa hora e em colaboração com a equipa do Albergue de Peregrinos de S. Pedro de Rates, ambas abraçam a continuidade deste projecto sinalizando o segmento restante e dando por concluído a definição do traçado do Caminho Português da Costa na sua totalidade. O percurso sinalizado baseia-se num itinerário medieval, devidamente fundamentado pela riqueza do património que o sustenta. O seu trajecto passa a ser coincidente com o caminho central entre Porto e S. Pedro de Rates. Neste local inflecte no sentido “Barca do Lago”, seguindo por Fão, Esposende, passando então para a nossa área de intervenção em Castelo do Neiva, Viana do Castelo, Caminha, Vila Praia de Âncora, Vila Nova de Cerveira e em Valença entronca novamente no Caminho Central Português (espinha dorsal, itinerário principal português de peregrinação).
Um caminho totalmente sinalizado passa a ser percorrido por peregrinos.
A 14 de Abril de 2012, em colaboração com a Câmara Municipal e a Santa Casa da Misericórdia de Caminha, inaugura-se o Albergue de Peregrinos nesta vila, com 32 camas, sendo a AACS-Viana a entidade gestora do espaço até aos dias de hoje.
Em 2014, ano em que celebra o seu 10º aniversário, a associação cresceu em número de membros e em maturidade. Tem sócios de norte a sul do país, realiza peregrinações anuais a pé para grupos, promove e participa em conferências e tertúlias, faz remarcações e manutenção do Caminho, entrega credenciais aos peregrinos, oferece hospitalidade, gere um albergue e uma equipa de voluntários hospitaleiros, mas também informa e presta apoio ao peregrino.
A AACS-Viana é das poucas associações jacobeias portuguesas de maior longevidade e em actividade contínua, podendo resumir a sua acção na triologia: Uma Associação, um Caminho, um Albergue.
Enquanto existir, continuará sempre a colocar a essência do Caminho e o Peregrino em primeiro lugar.
Ultreia
